A nossa sobrevivência, assim a dos nossos ancestrais, dependeu muito da visão. Diferentemente de outros animais, nossa visão noturna não é boa, assim como a audição e o olfato. Então, nossos antepassados sempre precisaram encontrar locais seguros para se defender dos predadores, em especial dos noturnos. Este medo atávico da noite foi magnificamente representado na mitologia grega por meio da deusa Nix (Noite) e seus dois filhos gêmeos, Tânatos (Morte) e Hipnos (Sono) (foto: vaso representados os irmãos carregando um homem morto em batalha). Para todos os povos da antiguidade, e certamente para alguns dos atuais, o afastamento do sol e a chegada das trevas representava um período de incertezas, de tremenda vulnerabilidade. Hipnos paralisava os corpos e abria as portas para Oniro (Sonho). Durante o sono, as almas afastavam-se de seus corpos, mas retornavam salvas. Contudo, Tânatos podia encontrá-las e levá-las às margens do rio Estige para que o barqueiro Caronte as atravessasse até o mundo dos mortos. Com isso, não retornavam e seus corpos eram encontrados sem vida pela manhã. Construímos casas, vilas e cidades, e desenvolvemos diversos artifícios luminosos, como tochas, velas e lâmpadas, para nos auxiliar e proteger. Ainda que o medo da noite e da escuridão seja instintivo, atualmente, não nós preocupamos tanto com a vinda de Tânatos quando deitamos para dormir. Quero dormir melhor. Pratique essa ideia. |