As conclusões do estudo que desenvolvi com pessoas com o diagnóstico da síndrome da fase atrasada do sono foram:
1- Os tratamentos como uso isolado da fototerapia (10000 lux durante 30 minutos pela manhã) e da melatonina (3 mg à noite) avançaram o horário de início do sono, o que não ocorreu com o tratamento conjugado, mas não houve diferenças estatisticamente significativas entre os três;
2- O tratamento que mais avançou o horário de início do sono, em média, foi o realizado com a ingestão de melatonina isolada e, por último, sem significado estatístico, pelo da associação de fototerapia e de melatonina;
3- Os tratamentos utilizados não avançaram, nas médias, os horários do nadir da temperatura;
4- Os tratamentos utilizados não avançaram, nas médias, os horários de início de secreção da melatonina;
5- Os tratamentos mostraram-se seguros durante as quatro semanas do estudo;
6- A maioria dos voluntários, em cada grupo, manteve os avanços dos horários de início do sono, após um mês do término do tratamentos, mas, após uma ano do término dos mesmos, apenas um número pequeno de voluntários manteve o avanço propiciado pelos tratamentos.
A hipótese inicial do estudo de que a associação da ingestão de melatonina à noite, com o uso de fototerapia pela manhã, durante quatro semanas, nos voluntários com o diagnóstico da síndrome da fase atrasada do sono, avançaria mais o horário de início do sono que o uso isolado de melatonina ou de fototerapia não se confirmou. Então, por que isso não ocorreu? A possibilidade sugerida foi a de que cada voluntário só consiga avançar o início do seu sono um determinado número de minutos ou horas, “efeito teto”. Os resultados indicaram que esse limite foi reduzido pela associação da melatonina e fototerapia. Isto encerra a possibilidade dessa associação? Não creio, pois o número total de voluntários foi pequeno (20) devido aos critérios utilizados para a inclusão dos mesmos e aos contratempos que surgiram durante o estudo. Aguardemos novos estudos e a possibilidade de seu uso na prática clínica diária.
Fonte: Remesar-Lopez AJ. Tese de para obtenção do título de Doutor em Ciências, Unifesp, 2002.
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