As plantas são utilizadas pelos homens para tratar sintomas e doenças desde eras imemoriais. Estima-se que a maioria da população mundial utiliza algum tipo de plantal medicinal por diversas razões: uma alternativa ao tratamento de doenças por não conseguirem utilizar medicações alopáticas, para complementar o tratamento de doenças crônicas, por serem mais baratas, consideradas naturais e isentas de efeitos colaterais adversos. Ainda que em países da Europa e dos Estados Unidos sua utilização seja menor que nos países em desenvolvimento, as recomendações médicas aumentaram nos últimos anos devido às evidências clínicas sobre a efetividade dessas plantas.
Mesmo com a imensa diversidade genética e riqueza da flora brasileira, além do uso tradicional e consagrado por diversos segmentos da população de diversas plantas medicinais, o número de informações sobre elas cresceu apenas 8% ao ano. A reduzida pesquisa sobre plantas medicinais no Brasil tem três impactos imediatos: o pouco conhecimento dos médicos brasileiros sobre o assunto, a redução de benefícios para a saúde que as plantas medicinais poderiam proporcionar e a perda de recursos financeiros que se originariam a partir delas (compostos e moléculas isoladas). Estima-se que o setor movimenta 21,7 bilhões de dólares por ano no mundo. Já no Brasil, mesmo sem dados oficiais atualizados, é de aproximadamente 1 bilhão de reais.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define como planta medicinal toda planta ou parte dela que contenham substâncias ou classes de substâncias responsáveis pela ação terapêutica. Já os medicamentos fitoterápicos são medicamentos obtidos exclusivamente de matérias primas vegetais.
Felizmente, “os estudos com plantas medicinais no Brasil cresceram significativamente“ nos últimos anos, sendo que a instituição que mais se destacou foi a Embrapa (Carneiro e cols., 2014). Embora esteja envolvida principalmente com estudos voltados à área agropecuária, novos projetos com plantas medicinais para uso humano estão em curso, inclusive para o tratamento da insônia. Aguardemos.
Palavras-chave: plantas medicinais, medicamentos fitoterápicos, insônia.
Fonte: Carneiro FM, da Silva MJP, Borges LC, Albernaz LC, Costa JDP. Revista Sapiência, sociedade, saberes e práticas educacionais, 3(2): 44-75, 2014.
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